Por: Tainan Mendes
O
Programa do Governo Federal “Mais médicos” vêm ganhando cada vez mais
repercussão na mídia nacional. Os Conselhos Regionais de Medicina (CRM's) têm
entrado constantemente em rota de colisão com Governo Federal. A classe
contesta a liberação do Revalida (Exame nacional de Revalidação do diploma)
para os médicos inscritos no programa.
Segundo
o Ministério da Saúde o “Mais Médicos” têm como objetivo melhorar o atendimento
do Sistema Único de Saúde (SUS). O governo ainda afirma que o programa prevê
investimentos na infraestrutura de hospitais e unidades de saúde, além de levar
profissionais a regiões “menos favorecidas” do país.
Os
CRM’s não são contra a vinda de profissionais do exterior, são contra a não
obrigatoriedade da Revalida. Todavia os conselhos afirmam que o grande problema
no atendimento da saúde pública não é a falta de médicos, e sim a má
distribuição dos mesmos, que em geral se concentram nas grandes
metrópoles.
Para
o medico Gláuber Branco, especialista em Radiologia e Diagnóstico de imagem, o
país tem número suficiente de médicos para atender a demanda e enfatiza ao
dizer que não há necessidade de trazer médicos de fora.
“Claro
que não! O país tem médicos suficiente para atender a demanda”.
Em
relação a não obrigatoriedade da Revalida, Gláuber afirma ser uma atitude
irresponsável, que em nada melhorará a saúde pública.
“Acho
que é mais uma medida eleitoreira/ populista deste governo hipócrita, que em
nada vai melhorar a saúde pública, pelo contrário, colocará em risco a
qualidade do serviço público de saúde brasileira.”
Na
contramão de Gláuber Branco e da maioria da classe medica, a Assistente Social
Andréa Pereira, enxerga com bons olhos o programa do Governo Federal.
“Acho
muito importante para a saúde publica, pois é preciso aproximar a medicina da população
nas comunidades que mais necessitam.” Entretanto a Assistente Social não
acredita que apenas trazer médicos do exterior seja a solução da saúde pública
do Brasil...
Para
acabar com a polêmica referente à obrigatoriedade ou não do exame, tramita do
senado um projeto de autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB). A senadora
propõe que a revalidação dos diplomas estrangeiros seja facilitada. Para isso,
esses profissionais deverão trabalhar em regiões carentes do país.
O
projeto, na realidade, evidencia apenas mais uma manobra do governo para
facilitar a entrada de médicos vindos do exterior, sem a certificação de que
realmente estão aptos para exercerem a profissão no Brasil.
Na
opinião de Glauber Branco, seria valido e inteligente o governo investir em
qualificação dos seus profissionais, lhes dando melhores condições de trabalho,
do que trazendo médicos do exterior.
“Valido
e inteligente ! A qualificação do profissional enriquece o país, cria uma força
de trabalho nacional mais forte e disposta ao crescimento, e, em consequência
se tem um crescimento econômico, social e financeiro mais sólido. Quanto
às condições de trabalho, esse é o grande problema, não só da saúde pública,
mas também da educação e segurança pública.”
Indiscutivelmente
a saúde pública, assim como a maioria dos serviços públicos brasileiros carecem
de muitas melhorias. De nada adianta
enviar médicos para as regiões mais necessitadas, se não há condições mínimas
de trabalho. Os médicos cobram uma melhor infraestrutura, remédios,
equipamentos para realizar diagnósticos mais precisos, entre outras coisas.
Além de uma melhor remuneração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário